Decorreu no passado dia 13 de Fevereiro, pelas 11 horas na Biblioteca do Centro Escolar de Prado, o workshop "Expressar a Diferença: A sexualidade na Deficiência", uma atividade promovida pelos Serviços Especializados de Apoio Educativo .
O
objetivo desta sessão foi alertar para a necessidade de uma atenção
específica sobre a sexualidade na deficiência e tinha como público-alvo
pais e professores, pretendendo ajudá-los a encontrar estratégias
adequadas para lidar com esta área da vida de todos nós.
Participaram
4 pais/EE, 9 professores e a psicóloga e a dinamizadora foi a doutora
Susana Silva, do CLDS Viver+ de Vila Verde, uma entidade parceira deste
agrupamento em várias iniciativas.
Foram
considerados e debatidos alguns mitos e preconceitos associando os
conceitos de deficiência e de sexualidade através de uma dinâmica em que
os participantes se colocavam em diferentes locais da sala,
posicionando-se de acordo com a sua opção: concordo, não concordo ou tenho dúvidas.
Foi depois abordado o amplo conceito de sexualidade difundido pela OMS e questionado se deveremos falar de Sexualidade ou de Sexualidades, considerando os diferentes contextos culturais e religiosos existentes.
Foi
referido pela Doutora Susana que ao não falarmos com os jovens, de
uma maneira geral e aos jovens com deficiência em particular, de uma
forma aberta sobre Sexualidade estamos a contribuir para a sua maior
vulnerabilidade, associado ao facto de muitas vezes o seu crescimento
físico, o seu desenvolvimento corporal ser já muito diferente do seu
grau de maturidade.
Tal
como em todas as áreas de intervenção (higiene, alimentação,etc) ao
tratarmos com uma criança/jovem deficiente devemos adaptar-nos às suas
caraterísticas diferentes, num processo de permanente adaptação e o
mesmo acontece relativamente à sexualidade, assumindo a sua importância
na vida desses jovens, desmistificando o estereotipo do eterno(a)
menino(a) e assumindo que deficiência intectual ou mental não traz
forçosamente algum tipo de deficiência sexual.
Falamos
muito sobre o envolvimento dos pais na educação destes jovens,
referindo que pais e escola devem ser complementares na sua educação,não
se devem querer anular ou substituir e se uns (PAIS) são mais
importantes na sua educação informal (processo básico de
aprendizagem que decorre de experiências do quotidiano, de forma
expontânea e não programada, mas intencional), os PROFESSORES assumem
importância relevante na sua educação formal, processos de
aprendizagem sistemáticos, desenvolvidos por profissionais que apelem à
consciencialização dessa mesma aprendizagem.
Em jeito de resumo ficam alguns conselhos:
- Toda a informação deve ser adaptada à idade;
- Menstruação e marturbação devem ser assuntos falados e explicados antes que aconteçam;
- Devemos promover um ambiente aberto e seguro de forma a que os jovens sintam espaço para questionar;
- Não devemos dar mais informações dos que as que nos são solicitadas;
- Se não soubermos o que fazer, devemos pedir um tempo para refletir e pensar sobre o assunto e mais tarde dar a resposta adequada;
- Devemos ensinar e treinar a assertividade, o saber dizer NÃO, o respeito pelo MEU corpo, pelo que EU quero e não pelo que os outros querem;
- Devemos dar informações concretas e diretas sobre as formas de contágio (ISTs) e garantir que, mais tarde, eles sabem onde e como adquirir preservativos ( pais = agentes facilitadores);
- Devemos desenvolver a habilidade ou capacidade de negociação e finalmente, mais importante que tudo o mais, devemos realçar e valorizar o papel dos afetos.
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